Brasil
No presente texto, o objetivo é apresentar elementos que particularizam meu trabalho na formação do pesquisador, na pós-graduação strictu sensu (mestrado acadêmico), considerando a multirreferencialidade como perspectiva epistemológica para a produção de conhecimentos. Esse trabalho refere-se à minha prática como orientadora de mestrando em educação, cuja condição é de estudante/trabalhador em mestrado acadêmico. Essa perspectiva se materializa em um método para problematização de práticas educativas, o qual se fundamenta em uma tríade conceitual e duas noções operativas. O método se constitui em um caminho em espiral, no qual o sujeito que produz conhecimentos formula uma questão singular que interroga o respectivo campo de conhecimento, por meio de uma metodologia para a construção do problema de pesquisa. Os resultados apontam para um conjunto diversificado de formas de resistência ao modelo hegemônico produtivista da pós-graduação strictu sensu, no Brasil, em diferentes planos: científico, profissional, formativo e existencial. A multirreferencialidade indica possibilidades para se (re)articular campos e sujeitos, saberes e conhecimentos, que comumente encontram-se dissociados ou mutuamente excluídos. Esse é o sentido radical de uma epistemologia do heterogêneo. Do meu ponto de vista, tal perspectiva, (re)atualiza a indissociabilidade da política e da educação, na problematização da interação (ação recíproca) da ação do sujeito singular em uma conjuntura global neoliberal.
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