Emergindo da interlocução entre as questões que nos mobilizam como pesquisadores e as reflexões sobre educação, ruralidades e modos de subjetivação suscitados no âmbito do projeto de pesquisa e inovação educacional "Multisseriação e trabalho docente: diferenças, cotidiano escolar e ritos de passagem" (GRAFHO/ UNEB), o texto sistematiza reflexões sobre dois subprojetos que dialogam sobre as metamorfoses que os estudantes de escolas rurais baianas vivenciam no rito de passagem para as escolas urbanas, face às expectativas e desafios que os jovens experimentam, buscando apreender modos como vivenciam essa transição e se reconhecem como sujeitos desse processo. Para entender a dinâmica referida, apoiamo-nos metodologicamente na abordagem (auto)biográfica, adotando as entrevistas narrativas como dispositivos de pesquisa (SCHUTZE, 2010) e nos estudos de Delory-Momberger (2012), Nóvoa e Finger (2014) e Souza (2006, 2008, 2011a) a partir da sistematização de princípios teóricos sobre a abordagem (auto)biográfica construídos pelos autores. Do mesmo modo, o texto toma como referência contribuições de Souza (2011b, 2012) e Rios (2011a), no que se refere às discussões sobre ruralidades e multisseriação e também de Guattari e Rolnik (1999), Foucault (1997) e Guattari (1993), no que concerne às discussões sobre subjetividade, biopolítica e modos de subjetivação na sociedade contemporânea. Os resultados apontam para a necessidade de novos olhares para as práticas pedagógicas desenvolvidas nas escolas urbanas, de modo que estas tenham maior vinculação com a identidade rural dos estudantes e sejam mais significativas, promovendo uma educação emancipatória, para além dos ditames do mercado.
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