Brasil
Neste texto, foco as recentes políticas curriculares no Brasil, inserindo-as em um cenário de hegemonia da racionalidade neoliberal. Assumo que tais políticas produziram um discurso de inclusão e justiça social, em diálogo com movimentos internacionais que, no pós-guerra, defenderam uma retórica contra a barbárie. A partir de análises formuladas por Chantal Mouffe, Wendy Brown, Judith Butler, Pierre Dardot e Christian Laval, tento entender o esgotamento ou a emergência de uma nova forma da racionalidade neoliberal. Por um lado, assumo que tal racionalidade não criou as condições materiais para que as promessas do pós-guerra se materializassem, ao contrário ampliou a desigualdade e a oligarquização. Por outro, argumento que, ao desprezar o político, ela apostou na desdemocratização. Combinados, tais movimentos desembocaram na ascensão de governos de direita em diferentes países, inclusive no Brasil. Após essa análise, defendo que uma educação para justiça social – ou para desbarbarizar o mundo – precisa corroer a equação neoliberal, não apenas na resistência às políticas públicas, mas na própria forma como teorizamos o currículo.
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