Segundo aproximei em 1984-85, o nome Kamayurá é de origem Aruak: kãmá, "morto" + yúla, "jirau". Ele muito possivelmente aponta para o sentido de "mortos no jirau" (sendo moqueados). Tal é efetivamente a exegese dos Aruak Yawalapití para o etnônimo, uma acusação — sob a etiqueta xinguana — da prática hedionda do canibalismo: "antigamente, os Kamayurá eram muito perigosos...", é o que diz uma narrativa de Natáku', chefe Yawalapití que para mim consolidou a terrível etimologia (Menezes Bastos 1992). Terrível de um lado apenas: para os Kamayurá xinguanizados, que a não podendo negar simplesmente a renegam, a remetem para o passado ou a tratam sob evasivas. Mas apenas de um lado, disse eu, pois há pelo menos um outro — e mesmo muitos mais — desta história ou indagação
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