Brasil
Este trabalho descreve inicialmente o surgimento do “gaúcho”, visto como descendente e continuador do “vaqueiro”, índio guarani catequisado e treinado para trabalhos de condução de tropas de gado.
Demonstra-se que este tipo humano remanesce nas “estâncias”, um tipo particular de empresa rural característica dos pampas argentinos, brasileiros e uruguaios. A estância gaúcha tradicional é uma empresa rural de forma incompleta, pois se dedica apenas à criação de gado bovino e ovino, em regime de criação extensiva, o que requer grandes áreas de terras. É formada pela casa, onde moram o proprietário [ou patrão] e sua família; a casa do capataz, onde este vive com sua família; pelos galpões, onde vivem os peões e que é um reduto exclusivamente masculino; os potreiros; os currais, para encerrar o gado; os piquetes; as áreas de pastagem; e as invernadas, onde o gado é cuidado. As grandes áreas ocupadas por uma estância, aliadas a processos produtivos lentos, que ocupam grande espaço de tempo – não é incomum um processo completo de reprodução consumir mais de ano – dificultam a adoção de técnicas de custeamento sofisticadas, pois a combinação “grandes espaços geográficos [x] longos períodos de tempo” dificulta a coleta dos dados necessários, ou torna o processo de obtenção, armazenamento e posterior utilização, excessivamente onerosos. Como solução alternativa, Carlos Annes Gonçalves desenvolveu o Método das Equivalências, que consiste em reduzir todos os custos ocorridos durante um exercício fiscal à “unidade-rês”. Cumprindo observar que, na opinião do autor, o método é adequado para uma estância gaúcha tradicional, mas para emprego em outros tipos de empreendimento, deverá sofrer profundas adaptações.
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