Relações familiares e a «incapacidade para os atos da vida civil»: reflexões a partir de um caso de «não interdição»

• Moura Fietz, Helena ^[1]
  1. [1] Universidade Federal do Rio Grande do Sul

     Universidade Federal do Rio Grande do Sul

     Brasil

     
• Localización: REA. Revista euroamericana de antropología, ISSN-e 2387-1555, Nº. 2, 2016 (Ejemplar dedicado a: Antropología del Derecho en Brasil), págs. 87-94
• Idioma: portugués
• Títulos paralelos:
  • Family relations and «inability to acts of civil life»: reflections on the basis of a case of «non-interdition»
  • Relaciones familiares y la «incapacidad para los actos de la vida civil»: reflexiones a partir de un caso de «no interdición»
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  • Texto completo
• Resumen
  • español

    La interdicción civil es un instituto del derecho civil brasileño, en el ámbito del derecho de familia, que consiste en una acción judicial cuyo objetivo es la declaración de "incapacidad para los actos de la vida civil" del sujeto a ser prohibido que, a partir de la interdicción , pasa a depender de un curador para gestionar sus bienes y su persona. El foco de esta investigación es reflexionar sobre las negociaciones involucradas en la toma de decisión de iniciar o no este proceso judicial, desde la perspectiva de familiares involucrados en casos de una posible interdicción civil. Para este trabajo, como recorte del universo empírico, traigo relatos de Jurema, residente en un área periférica de la ciudad de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que acompañe desde marzo de 2014. Con esto, haré el ejercicio de hablar de la interdicción a partir de un caso de "no prohibición", ya que, frente a la posibilidad de iniciar el proceso judicial de interdicción de su hijo, ella optó por no hacerlo. Sin embargo, sus prácticas en relación a él -que hoy es morador de calle- mucho se asemejan a las de un curador designado por el poder judicial, por lo que considero que se ha realizado aquí una "interdicción de hecho". Por medio de una aproximación con la literatura de los estudios sobre la discapacidad y también de teorías sobre el cuidado, busco, a partir de las narrativas y prácticas de Jurema en la dinámica de su relación con el hijo, problematizar cuestiones que emergen de esta decisión, principalmente en lo que a una supuesta dicotomía entre cuidado y negligencia. Esto es porque acompañar su trayectoria es, también, acceder a historias familiares muy amplias, que incluyen cuestiones afectivas, económicas y morales, de modo que las nociones de cuidado y economía familiar aparecen como importantes para este proceso de toma de decisión.

  • português

    A interdição civil é um instituto do direito civil brasileiro, no âmbito do direito de família, que consiste em uma ação judicial cujo objetivo é a declaração de “incapacidade para os atos da vida civil” do sujeito a ser interditado que, a partir da interdição, passa a depender de um curador para gerenciar seus bens e sua pessoa. O foco desta pesquisa é refletir sobre as negociações envolvidas na tomada de decisão de dar início ou não a este processo judicial, a partir da perspectiva de familiares envolvidos em casos de uma possível interdição civil. Para este trabalho, como recorte do universo empírico, trago relatos de Jurema, residente em uma área periférica da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que acompanho desde março de 2014. Com isto, farei o exercício de falar da interdição a partir de um caso de “não interdição”, uma vez que, frente à possibilidade de dar início ao processo judicial de interdição de seu filho, ela optou por não fazêlo. Ainda assim, suas práticas em relação a ele – que hoje é morador de rua – muito se assemelham àquelas de um curador designado pelo poder judiciário, razão pela qual considero que tenha sido realizada aqui uma “interdição de fato”. Por meio de uma aproximação com a literatura dos estudos sobre a deficiência e também de teorias sobre o cuidado, busco, a partir das narrativas e práticas de Jurema na dinâmica de sua relação com o filho, problematizar questões que emergem desta decisão, principalmente no que tange a uma pretensa dicotomia entre cuidado e negligência. Isso porque acompanhar sua trajetória é, também, acessar histórias familiares muito amplas, que incluem questões afetivas, econômicas e morais, de tal modo que as noções de cuidado e economia familiar aparecem como importantes para este processo de tomada de decisão.

  • English

    The legal guardianship/interdiction is an institute of the Brazilian Family Law that consists of the filing of a civil procedure to state a person's “incapacity for civil life acts”. From that moment on, the subject who is declared legally incompetent will depend on a legal guardian to manage his/her property and personal interests. The objective of this research is to reflect – from the family's point of view – on the negotiations that are involved in the decision of starting or not starting such a legal procedure. In the present paper, I will present the practices and narratives of Jurema, an interlocutor who lives in a poor neighborhood of Porto Alegre, Brazil, and whose trajectory I have been following since March 2014. With that, I suggest a discussion about guardianship from a “non- guardianship” case, since that when facing the possibility of starting such legal procedure to become her son's guardian, Jurema chose not to do so. But her practices towards him – that nowadays lives on the streets – are close to that of a legal guardian what allows us to think of that situation as a “factual guardianship”. Based on Disability Studies and on Care Research theories, I aim to problematize questions that emerge from that decision, especially those regarding a supposed dichotomy between care and neglect. To follow Jurema's trajectory means to also gain access to wider family issues - that involve affective, economic and moral issues- in such a manner that the ideas of care and family economy appear as important elements for this decision making process.