Brasil
Sendo o dialogismo processo inerente à linguagem, seria paradoxal considerar uma produção de texto – réplica dialógica escrita – como monológica, com ausência dialógica ou, mesmo, como incorreta. Na escola, porém, algumas correções de texto são realizadas segundo esse paradoxo. A avaliação escolar desconsidera o princípio da dialogia, ao aplicar critérios de correção que distinguem a boa réplica da má, caso este em que o texto é considerado inadequado. Buscamos discutir alguns desses critérios, de modo a observar sua aplicabilidade em uma perspectiva do dialogismo. Como objetivo, elegemos analisar um texto pelo viés de seu dialogismo constitutivo e propor uma perspectiva dialógica para a avaliação de texto, de modo a operar na formação do aluno-escrevente e do professor. A concepção de “erro” é relativa: pode traduzir a não aprendizagem de algum tópico pelo aluno; e pode, ainda, ser indício da necessidade de reflexão sobre a prática pedagógica, sendo, neste segundo caso, uma oportunidade de formação docente. Propomos, a partir de exemplificação, um olhar dialógico e inclusivo para os textos dos alunos, trabalhando aspectos constitutivos de suas próprias produções. Consideramos que tanto a produção quanto a avaliação da produção são atos responsivos dialógicos que afetam, na relação de alteridade, a constituição dos sujeitos que lidam com a escrita e podem, assim, ensinar e aprender mutuamente.
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