Este estudo procura analisar as origens do trabalho livre no sertão nordestino. Inicialmente, destacamos os aspectos mais relevantes da colonização pela pecuária e seu principal agente - o vaqueiro, no que diz respeito a essa problemática. A seguir, examinamos as mudanças advindas do cultivo do algodão em escala comercial, cujo principal resultado, do ponto de vista- das relações de trabalho, é o surgimento do "parceiro", elemento definidor do trabalho "livre", isto é, não escravo, no complexo algodoeiro-pecuário. Na segunda parte, analisamos a formação de uma indústria rural doméstica, que teve sua gênese no interior das fazendas, mercantilizando-se progressivamente e espalhando-se pelas vilas sertanejas, suas feiras e mercados. Os engenhos, casas de farinha, curtumes e olarias forneciam a infraestrutura para a sobrevivência das populações do sertão. As artes e ofícios, responsáveis pelo fornecimento de bens de consumo diário e as manufaturas de algodão (panos, redes, bordados e labirintos) constituíam os dois outros setores do artesanato, que empregava em grande parte a mão-de-obra indígena, organizada e treinada pelos jesuítas em suas aldeias e controlada depois pela administração colonial...
© 2001-2024 Fundación Dialnet · Todos los derechos reservados