O presente trabalho consiste em parte de uma tese de doutorado em andamento, que investiga, por meio dos livros didáticos, a significação da educação ambiental (EA) nas práticas escolares dos anos iniciais do Ensino Fundamental (EF) das escolas municipais de Araraquara/SP, no Brasil. Assim, neste texto, foi analisado o componente curricular de Arte, com o objetivo de pesquisar, com base nos livros didáticos utilizados pela Rede Municipal de Ensino de Araraquara, que temas ambientais são abordados nesse componente curricular nos anos iniciais do EF, bem como que macrotendências político-pedagógicas da EA podem ser identificadas nessas abordagens: conservacionista, pragmática ou crítica. Apesar do potencial de muitos temas em trabalhar a EA de maneira crítica, as abordagens observadas nos livros didáticos de Arte dos anos iniciais do EF foram predominantemente conservacionistas, não discutindo, ainda que superficialmente, a questão da distribuição desigual dos custos e benefícios dos processos de desenvolvimento. Dessa maneira, ainda que contribuam na construção de novas maneiras, não predatórias, de se relacionar com a natureza e sentir-se parte dela, o fato de ignorar a existência, desde cedo, das desigualdades e injustiças socioambientais, pode resultar em reflexões ingênuas, inclusive reforçando aspectos que são responsáveis pela própria crise socioambiental
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